A vida tem a cor que você pinta. (Mário Bonatti)

terça-feira, 23 de março de 2010

Alfonsina Storni

¡Buenas! ¿Cómo están?

Sugiro para hoje a leitura de dois dos poemas de Alfonsina Storni (1892-1938), poetisa nascida na Suíça, mas que viveu desde os quatro anos na Argentina. Conheço parte de sua obra há pouco tempo, entretanto alguns de seus poemas me parecem especiais. Espero que gostem! =)


Cuadrados y ángulos

Casas enfiladas, casas enfiladas,
casas enfiladas.
Cuadrados, cuadrados, cuadrados.
Casas enfiladas.
Las gentes ya tienen el alma cuadrada,
ideas en fila
y ángulo en la espalda.
Yo misma he vertido ayer una lágrima,
Dios mío, cuadrada. (Alfonsina Storni)



Domingos



En los domingos, cuando están las calles
del centro quietas,
alguna vez camino, y las oscuras,
cerradas puertas
de los negocios, son como sepulcros
sobre veredas.


Si yo golpeara en un domingo de esos
las frías puertas,
agrisado metal, sonido hueco
me respondiera…
Se prolongara luego por las calles
Grises y rectas.


¿Qué hacen en los estantes, acostadas
las negras piezas
de géneros? Estantes, como nichos,
guardan las muertas
cosas, de los negocios adormidos
bajo sus puertas.


Una que otra persona por las calles
solas, se encuentra:
un hombre, una mujer, manchan el aire
con su presencia,
y sus pasos se sienten uno a uno
en la vereda.


Detrás de las paredes las personas
¿mueren o sueñan?
Camino por las calles: se levantan
mudas barreras
a mis acostados: dos paredes largas
y paralelas.


Vueltas y vueltas doy por esas calles;
por donde quiera,
me siguen las paredes silenciosas;
y detrás de ellas
en vano saber quiero si los hombres
mueren o sueñan. (Alfonsina Storni)



É uma forma de escapismo, não?

Au revoir!

terça-feira, 9 de março de 2010

Dialogando...

Olá!

Hoje, descobri um texto que dialoga com o meu Escapismos?. Então, por que não fazer uma nova postagem? O texto é do professor Ezequiel Theodoro da Silva. Boa leitura!


LEITURA, FUGA DA REALIDADE? (Ezequiel Theodoro da Silva, Editor)

“A idéia de leitura enquanto uma forma de escapismo, de fuga da realidade e da vida, corre solta por aí. Essa concepção é perigosa e, sob certos aspectos, alienante porque leva a crer que ao ler um texto o sujeito entra num outro mundo, distante e diferente daquele vivido em seu cotidiano.

Não nego existirem casos agudos de neurose "leitural". Já conheci muitas pessoas que, vivendo um estado de solidão extrema, voltam-se aos livros como lenitivos para conseguir suportar a passagem do tempo. Outras que, por terem perdido a capacidade de diálogo e sociabilidade com serem humanos de carne e osso, conversam unicamente com as páginas de livros e/ou outros textos que circulam por aí.

Conheço ainda pessoas que são verdadeiras "fúrias da leitura": devoram, com grande apetite, quaisquer tipos de texto na crença beletrista de que o erudito ou o intelectual tem de ler ininterruptamente e apreender, a qualquer custo, todo o universo da literatura. E nas suas conversas, citam sem parar as pétalas literárias, incapazes que são de levar um papo sobre assuntos mundanos.

Sem dúvida que a leitura envolve aspectos de reclusão, de busca de um cantinho calmo onde o leitor possa curtir os textos naquilo que ele(sic) têm de bom e de interessante. Julio Cortaza(sic), no conto "A Continuidade dos Parques", caracteriza muito bem o que é a imersão do leitor numa obra escrita, mas não deixa de mostrar também que o nosso diálogo com o texto artístico nos remete para a vida social concreta na medida em que a literatura é expressão da vida: nasce dela e a ela retorna na forma de um texto artisticamente lapidado.

No meu ponto de vista, a leitura envolve uma entrada no texto, um movimento da consciência em resposta aos desafios desse texto e uma saída ou uma retomada posterior do texto. Quer dizer: envolve um circuito hermenêutico e interpretativo por parte do leitor. Não para sonhar ou fugir da realidade, mas, pelo distanciamento que lhe é permitido, passar a enxergar melhor a realidade em que vive e atua.”

Disponível em: http://www.leituracritica.com.br/rev10/arg/arg01.htm


Au revoir! ;)

domingo, 7 de março de 2010

Escapismos?

Escapar é, para mim, a maneira mais divertida e prazerosa de descobrir os mistérios da vida. Escapar para o colo mais próximo; para tirar aquelas novas fotos de lugares antigos e, há muito, nossos velhos conhecidos; para aquele lugar aconchegante, que só nós sabemos onde fica; para um papo cabeça ou para falar de nada com aquele velho amigo; para um bom livro, filme ou vinho. Enfim, escapar para dentro de si ou para dentro do(s) outro(s), para se encontrar e reconhecer, para apropriar-se da VIDA e para, mais que isso, senti-la, tal como é, em nós.

Bem-vindos.